As organizações European Woman’s Audiovisual Network, Women in Film & TV International, WIFT Nordic, WITF Sweden e a Swiss Women’s Audiovisual Network assinaram uma carta criticando a falta de mulheres na programação do festival de cinema, que foi enviado ao diretor da mostra, Alberto Barbera. Em toda a programação, apenas UM filme dirigido por uma mulher foi selecionado para a 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza. Na carta feita no dia 10 de agosto, as organizações das mulheres do cinema também comentaram as declarações de Barbera que disse, em julho deste ano após receber as primeiras críticas após a divulgação dos filmes selecionados, que sua escolha se baseava “na qualidade dos filmes e não no sexo do diretor”. É lógico que é muito fácil falar isso quando você é um homem, criado na posição que o favorece por conta de seu gênero e induzido a pensar que qualquer produção do outro gênero é inferior à sua e, portanto, não escolhe-lá é natural. O curador do Festival de Veneza também disse que “se começarem a impor cotas, eu peço as contas”, ao que as associações em prol das mulheres no audiovisual responderam que “as cotas não impedem a meritocracia. Elas ajudam a ampliar o espectro dos candidatos”. Mesmo com 21% dos filmes submetidos ao processo de seleção terem sido dirigidos por mulheres, apenas The Nightingale, de Jennifer Kent, foi para a lista oficial. Dos 21 filmes da edição anterior do Festival de Veneza, apenas uma diretora, Vivian Qu, fez parte da seleção. Desde 2010, nenhuma edição do festival de cinema teve mais de quatro filmes dirigidos por mulheres entre os longas selecionados para a competição.

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