Pegando carona na decisão do Instagram em tentar proteger uma geração ansiosa por resultados e visando a tentar sanar algumas dúvidas, o Business Insider, em parceria com o Pew Research Center, entrevistou cerca de 1.800 jovens, sendo eles adolescentes e jovens adultos entre 15 e 20 anos e chegou a algumas conclusões interessantes sobre o uso dos meios tecnológicos atuais de socialização e interação com o mundo ao redor. Quando mapeados, a Geração Z contempla, em média, jovens, adolescentes e crianças entre 7 a 21 anos, tornando-se a primeira geração que cresceu com a internet e as mídias sociais. Eles não se lembram do tempo antes dos smartphones. O membro mediano dessa geração tinha dois anos quando o Facebook foi lançado em 2004 e três quando o YouTube foi fundado um ano depois. Quando eles tinham quatro anos, o Twitter surgiu e, quando estavam no jardim de infância, a Apple apresentou o primeiro iPhone. Aos oito anos, o Instagram decolou e, quando completaram nove anos, em 2011, o Snapchat estreou.

A vida dedicada às telas

Um dos levantamentos comparou com qual frequência os jovens utilizam a internet, o computador ou o celular. 45% dos entrevistados afirmaram que usam um desses meios tecnológicos frequentemente durante o dia. Esse número é quase 20% superior do que em 2014-2015. Aos entrevistados que usam diversas vezes ao dia, a porcentagem caiu 12% em relação à mesma pesquisa, há 5 anos (56%). Dentre os entrevistados que responderam que utilizam tecnologia frequentemente, a Netflix é disparado o serviço de streaming mais usado pela Geração Z, com 75% dos entrevistados. O Hulu, outro serviço que fornece filmes, séries e shows, é o segundo mais usado, com 32%. Mesmo com o crescimento, a Twitch está na 6ª posição, com apenas 14% de participação. Com o avanço das redes sociais, os meios de comunicação também precisaram se adaptar a esta nova realidade. 58,7% dos jovens disseram que acompanham os noticiários regionais e internacionais através das redes sociais. A TV, até então o principal meio, é o meio principal de 49,9% dos entrevistados. Rádio e jornal estão cada vez mais caindo em desuso, apesar de ainda mostrar certa resistência. E por falar em redes sociais, os há certa disputa entre os primeiro e segundo colocados. 65% da Geração Z entrevistada usam o Instagram frequentemente durante o dia. O YouTube vem logo atrás, com 63% de preferência. Interessante notar nessa pesquisa a unanimidade dos jovens sobre o Facebook, afirmando que ele “não está mais tão interessante”.

Cultura de multitarefa

Embora a variedade de hobbies entre os jovens da Geração Z varie, o uso de vídeos online, mídias sociais e videogames tem aumentado exponencialmente a níveis alarmantes. Mas com apenas 24 horas disponíveis em um dia, como os jovens e adolescentes conseguem administrar seu tempo em frente às telas e, ao mesmo tempo, se adaptar ao trabalho, à escola e a outras responsabilidades? A resposta está em uma intensa cultura de multitarefa, na qual os jovens quase nunca estão fazendo apenas uma coisa de cada vez. A Geração Z, neste caso, está usando da noção multitarefa de forma a melhor remanejar seu tempo para que essa sobreposição de vários serviços e atividades somem, no fim, mais de 24 horas de uso de seus aplicativos por dia. Isso significa, na prática, o streaming de algum jogo ou vídeo em um notebook, enquanto, no exato instante, navega-se no Instagram ou manda mensagens durante a hora do jantar. Alguns simplesmente assistem à Netflix enquanto fazem o dever de casa. A pergunta que fica é: por que esta geração sente tamanha pressão em fazer várias coisas ao mesmo tempo? Crescidos com a lógica do instantâneo permeada em sua cultura de sociabilização, a Geração Z, em tempo ocioso, sente que está perdendo alguma coisa. Dispositivos tecnológicos são a fonte para o acesso a uma ampla comunidade, local esse onde toda a conversa cultural está acontecendo. Mesmo os jovens que estão usando as mídias sociais com responsabilidade, ou até mesmo optando por não usar tudo isso em demasia, são impactadas porque elas ainda são deixadas de fora.

Geração Z, as redes sociais e a depressão

Nada mais natural que, em meio uma geração que cresceu obcecada por resultados rápidos, sua identidade e seu valor no mundo é determinada pelos números conquistados online. A Geração Z produziu exaustivamente uma nova categoria de celebridade: os influencers. Na mesma semana que o Instagram colocou em prática o banimento em definitivo do número de likes, os chamados influenciadores, de pequeno e grande porte fazem malabarismos para mensurar seu valor no mercado. Familiares com a cultura da exaltação e do cancelamento, os jovens Z entendem que a dinâmica das redes sociais lhe são mais caros do que conquistas externas. Na mesma moeda, os números de jovens depressivos cresce com números alarmantes, sendo eles a principal faixa etária nos índices de suicídio, seguidos por idosos. Essa dormência coletiva é palco para as canções de Billie Eilish, um dos principais nomes da Geração Z a tomar a indústria da música e do entretenimento como um furacão. Com cerca de 50 milhões de ouvintes mensais no Spotify, a cantora californiana de apenas 17 anos fala sobre as dores da juventude, a aflição dos pesadelos acordados e os gritos de ódio consciente em crescer detestando a si mesmo.

Obsessão ou dependência?

Em uma pesquisa com um grupo pequeno de adolescentes norte-americanos, o Business Insider descobriu que um terço dos entrevistados afirmou que o vício em tecnologia era “desenfreado”. Já a Common Sense Media chegou à conclusão de que a mídia social distraiu a maioria dos jovens da lição de casa e das pessoas em suas vidas. Neste ano, a University College London divulgou um amplo estudo sobre os efeitos nocivos das mídias sociais sobre a Geração Z, alegando que o aumento da atividade de mídias sociais estava ligado à situações exteriores agravantes, como assédio tanto físico quanto online, insônia, baixa autoestima e disforia corporal, todos eles aliados em diferentes graus. Apesar disso tudo, ainda assim é quase impossível privar a Geração Z da dinâmica abusiva das plataformas online. Há uma forte percepção de que eles estão sempre em seus telefones o tempo todo, e que, por isso, não sejam autoconscientes. Mas eles são. Eles estão plenamente conscientes das desvantagens do mundo saturado de tecnologia em que estão vivendo. E tentam mudar a lógica do sistema enquanto isso. Conectados, sobrecarregados, mas conscientes. Fonte: Business Insider

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