A Apple é líder mundial no segmento de tablets com 4 linhas sendo vendidas: iPad Pro, iPad Air, iPad Mini e iPad. O iPad (sem nada depois) é sempre o modelo mais básico, tanto em processador, câmera, revestimento de tela, quanto no restante (em tudo mesmo). Mas isso não significa que ele deixe a desejar, muito pelo contrário, a experiência aqui é absolutamente fluida em tudo. Não notamos travamentos, atrasos ou engasgos para nada e a bateria é surpreendente, nunca vi nada igual. A Apple é líder do mercado de tablets e não é à-toa, o conjunto inteiro funciona muito bem e justifica os 31,7% de market share, 50% a mais que a Samsung, que vem em segundo lugar com 20%. Apesar da quantidade de tablets vendidos pela Apple ter crescido 63% se comparada ao primeiro trimestre de 2020, ela perdeu 6% da fatia do mercado se comparada ao último trimestre do mesmo ano, como revela o IDC. Lançado juntamente com o iPad Air 4 em setembro de 2020 (você pode ler o nosso review do iPad Air 4) eles comungam de algumas especificações em comum, como o fato de terem Touch ID (e consequentemente não têm o Face ID), tela com 60Hz e brilho máximo de 500 nits e diferem no resto. O Air 4 é melhor em quase tudo, só perde na bateria que é de 7553 mAh contra 8827 mAh do iPad 8, e somando isso a resolução da tela que é um pouco menor, nos garante maior tempo de uso sem conectar à tomada. O modelo testado tem 32 GB, apenas Wi-Fi e cor cinza espacial e você pode comprar o modelo de 128 GB em outras duas cores: prata e dourado, com 4G via eSIM ou Nano-SIM. E sim, não tem iPad 8 com 5G, o único com a tecnologia é o novo iPad Pro. O que pra gente aqui no Brasil nem faz tanta diferença, né? Veja o que achamos do iPad de entrada!

Design

O design é o mesmo que encontramos praticamente desde o primeiro iPad lançado em 2010: botão home, dois botões de volume na lateral, botão power em cima e fim. É prático e não deixa nada a desejar. Mantém a tradição certeira. Há quem desaprove por não mudar, mas é como diz o ditado: “Não se mexe em time que está ganhando”. Recentemente testei o Galaxy Tab S7 que não tem botões na frente e segue o layout de bordas simétricas do iPad Air 4 e do iPad Pro, e acho que gostei mais da experiência visual do iPad 8. Há duas saídas de som na parte de baixo, proporcionando som estéreo, desde que você consuma conteúdos com o aparelho na vertical. Se o deitar, bom, você terá som só de um lado. Um recurso bem-vindo é o Smart Connector para acoplar teclados, incluindo o Smart Keyboard.

Tela

A tela é a mesma que a gente já conhece de longa data: Retina IPS LCD. É ruim? Não! Mas não é OLED ou mini-LED (chamada pela Apple de Liquid Retina XDR) como os novos iPads Pro lançados em 2021, nem o Liquid Retina display que vem equipado no iPad Air 4. São 10.2 polegadas ocupando 74.4% da frente do aparelho que conta com resolução de 2160 x 1620 pixels a 264 ppp, não há diferença para o iPad 7 lançado em 2019 por que ela é realmente boa, nítida e com brilho satisfatório, tanto em ambientes internos quanto externos. Em imagens claras você tem uma experiência bem positiva sem nada a desejar, já em cenas escuras podemos notar o principal ponto negativo dessa tecnologia de tela: não existe preto de verdade. Fica uma coisa clara onde era pra ser escuro, não é tão bom quanto poderia ser. Não é culpa do aparelho, só da tecnologia empregada na tela. Apesar de ter revestimento resistente a impressões digitais e oleosidade, de acordo com a Apple, seus dedinhos marcarão a tela. Ainda falando sobre revestimentos, infelizmente não temos tela laminada nem revestimento antirreflexo. Pode parecer besteira, mas faz muita diferença, principalmente para quem usa em ambientes externos, como vocês podem perceber nas imagens abaixo: Olhando perpendicular à tela, você não sofrerá tanto com reflexos, mas se inclinar um pouco, ele vira um espelho (mesmo com brilho no máximo). E pra encerrar o tópico sobre a tela: não há informação sobre o material de proteção dela, se é Gorila Glass ou que tipo de vidro foi empregado. Mas não deve ser dos melhores, já que em pouco tempo de uso já sofreu um arranhado superficial (que me deixou triste).

Câmeras

Seguindo quase todas as linhas de iPad, com exceção do iPad Pro, temos duas câmeras ao todo: a traseira com 8 MP e a frontal com, acredite, 1.2 MP. Em 2021 já normalizamos não levar tablets pra shows ou situações adversas, então ter uma super câmera não é tão necessário quanto num celular, mas colocar uma câmera de 1.2 MP é pra chorar de tristeza.

Câmera traseira

É uma câmera razoável. Não surpreende. Vai te ajudar a fazer registros rápidos, escanear documentos, usar em emergências ou chamadas de vídeo. As cores podem não ser tão vivas quanto as imagens produzidas pelos nossos celulares, muitas vezes tendem a ficar lavadas, sem muito viço. Na tela do iPad 8, durante o registro, elas podem aparentar serem mais bonitas do que de fato são, ao serem vistas em outras telas notamos que as fotos ficaram sem vida. Há muita granulação em imagens à noite. O que é normal de se aceitar, é um tablet. O balanço de branco pode desregular às vezes em algumas cores e você terá que reposicionar o tablet para que registre os tons corretos. Aqui em baixo, por exemplo, o vermelho virou vinho, mas só afastar e aproximar foi suficiente para ele registrar as cores certas. Precisamos dizer que há zoom digital de 3 vezes, mas não recomendamos o uso, nem de dia em ambiente claro, quase não há nitidez para identificar os objetos. Na foto abaixo, há um mico-estrela que não teve sua exuberância registrada pela câmera.

Câmera frontal

Temos 1.2 MP. A última vez que usei uma câmera com resolução tão baixa assim foi num Razr XT910 lançado em 2011, e na verdade ele tinha 1.3 MP. Apple, por favor, tá na hora de melhorar isso aí, 10 anos atrasada? A câmera do iPad básico ganhou alguns recursos com os anos, mas nenhum capaz de dar conta da ineficiência da resolução. É uma câmera bem básica, para chamadas de vídeos e fim. Selfies lhe farão voltar ao início do Instagram: muito granulado, pouca definição e nitidez. É de longe o pior ponto desse aparelho e pensar na judiação que é ter uma câmera de 1.2 MP em um aparelho de 2020 deixa qualquer um triste. À noite, em ambientes com iluminação básica, a câmera não consegue captar luz suficiente e pontos com pouca iluminação ficarão realmente escuros.

Som

O som aqui é básico. Não chega a ser ruim, mas os dois alto-falantes posicionados na parte inferior do tablet comprometem significativamente o consumo de séries, filmes e música, principalmente se você estiver vendo deitado: Dá pra contornar consumindo conteúdo com o tablet em pé, ou usando fones, incluindo opções com fio, já que temos a entrada para fones de ouvido (amém?). É um pouco abafado e peca em sons médios. Realmente não tem muito o que falar, você poderá assistir aulas tranquilamente, mas para ouvir músicas e ver filmes o iPad 8 não te fornecerá o melhor som.

Bateria

Absurda de boa! É um dos pontos mais fortes desse tablet. Ela tem cerca de 8.800 mAh, feita de ion de lítio e capacidade de 32,4 watts/hora, você poderá desfrutar tranquilamente de um ou mais dias de trabalho ou leitura, dependendo do seu uso, claro. Veja o print abaixo, feito no dia 30 de maio. O dispositivo foi carregado pela última vez 14 dias antes e ainda tinha 36% de bateria. Usando para leitura pelo Google Play Livros (sim, eu tenho livros lá, não me julgue), em uma hora de leitura ele usou apenas 4% de bateria, o que renderia algo em torno de 25 horas de leitura. É incrível. Usando uma hora por dia para ver vídeos no YouTube ou Netflix, você pode ver pelo print acima que você carregará o dispositivo umas 2 ou 3 vezes por mês, e poderá assistir suas séries antes de dormir sem se preocupar muito. É, de longe, surpreendente. O A12 Bionic faz um ótimo gerenciamento de energia. Obrigado mesmo, Apple. Outro ponto positivo é que na caixa vem adaptador com entrada USB-C com o cabo de mesma entrada, e na outra ponta temos o conector lightning.

iPad OS, especificações e Desempenho

É de longe o ponto mais positivo do iPad 8. A Apple foi generosa e decidiu lançar o iPad básico com um processador mais recente, o A12 Bionic. Enquanto o iPad 7 (lançado em 2019) vinha equipada com o A10 Fusion, processador de 2016 lançado nos iPhones 7, temos agora um chip de setembro de 2018 que equipou os iPhones XR, XS e XS Max (os antecessores do iPhone 11) e é o que está presente também no iPad Air 3 e iPad Mini 5. Na época ele foi apresentado como um dos primeiros processadores de 7 nanômetros do mundo, com melhorias de inteligência artificial e eficiente energética, o que, como vimos no tópico anterior, é real. É realmente poderoso e capaz de aguentar tudo. Explicando brevemente a importância dos nanômetros para o universo de processadores, essa medida significa a distância entre cada semicondutor dentro do chip, e quanto menor ela for, menos energia ele gastará para processar tudo que você faz, o que te dá uma bateria que dura mais (já que ela é usada menos) e seu aparelho não esquentará tanto, já que calor é energia gasta de forma ineficiente. É impressionante como isso tudo se reafirma na prática aqui. Você não tem aquecimentos que são comuns em qualquer aparelho. Tudo flui maravilhosamente bem e você fica à vontade de usar por várias horas, independente de qual seja seu uso. O chip da Apple somado ao software também dela geram uma sinergia tão grande que apontar defeitos ou sugestões de melhoria é impossível. Tudo é muito bom, não existem delays, travamentos, o iPadOS é muito dinâmico e responde rápido aos comandos, como deveria ser em qualquer dispositivo, mas infelizmente não acontece. Em teoria, o Galaxy Tab S7 tem especificações superiores: o dobro de RAM, processador melhor, mas eu pude testar ambos ao mesmo tempo e nada se compara ao iPadOS. Hardware e software aqui são um casal que deu muito certo. Os 3 GB de RAM podem parecer pouco para 2021, mas são suficientes para você realizar tudo que precisa sem qualquer dor de cabeça ou preocupação.

Preço

Em alguns países ele pode ser encontrado por 329 dólares, algo em torno de R$ 1.720 sem impostos. Triste, né? Vamos nos contentar com os R$ 1.400,00 de economia desde o lançamento.

Conclusão

É um produto genuinamente bom. Bem construído, com boas configurações, gostoso de segurar e usar, peca na câmera frontal e no áudio, mas o bom desempenho e a bateria compensa tudo. É o iPad mais barato, é, mas você terá uma experiência final bem satisfatória. Lamentamos que um produto com tantas qualidades, idealizado para estudantes e pessoas que não querem gastar tanto pra adquirir um produto “básico” seja inacessível para a maior parte dos brasileiros. Mais pessoas deveriam poder tê-lo. E se você está em dúvida entre o iPad 8 e o iPad Air 4, veja nosso review do iPad Air 4: Ah, a Apple tem um comparador bem ilustrativo das principais diferenças entre os iPads, vale conferir se você quer saber lado a lado as configurações de cada um, vale a pena conferir. E na página oficial do iPad 8 no site da Apple você tem belas animações e desenhos que te deixam deslumbrado de quão cool esse negócio é. É de encher os olhos mesmo!

Especificações Técnicas do iPad 8:

Fontes: Apple, FGV, GSM Arena, e Canalys.

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