A elaboração desse review de Microsoft Flight Simulator foi realizado no Windows PC graças a uma cópia cedida gentilmente pela Microsoft.

Voa voar, subir subir…

E francamente, como começar a falar de um simulador de aviões? Confesso que mais difícil do que elaborar essas palavras foi a minha dificuldade em decifrar os comandos de um Boeing. E pensando bem, acho que até agora não decifrei. Flight Simulator não é um jogo fácil, mas isso acontece de forma proposital. A desenvolvedora Asobo Studios (A Plague Tale: Innocence) deixa o grau de realismo explícito loga na tela inicial. Estamos falando de um simulador completíssimo para os entusiastas da aviação, e é impressionante o quão realista esse título consegue ser no âmbito da jogabilidade. Pensado não somente para os especialistas em voo, Microsoft Flight Simulator também possui uma gama interessante de opções voltadas para a acessibilidade dos pilotos novatos, como eu. Entretanto, mesmo que essas opções existam não pense que é tão fácil tirar o seu jatinho da pista. Depois de um longo processo adaptativo, creio que tenha levado em torno de uma hora com o meu avião ligado para tirá-lo do chão sem causar prejuízo virtuais catastróficos ao aeroporto. Persistente, continuei minha epopeia rumo aos céus, e depois de passadas mais algumas horas eu… causei um possível acidente catastrófico em Lisboa. Bem, novamente, depois de mais treinamento, falhas, crashes, frustração e um friozinho na barriga consegui realizar um trajeto completo do Estreito de Gibraltar, sobrevoando o mar Mediterrâneo, a um aeroporto em Dubai. E esse é o maior trunfo do Microsoft Flight Simulator. O game utiliza de uma tecnologia de streaming via satélite e mapeamento através do Bing, hospedando essas informações em servidores da Azure para poder gerar o mapa, ou melhor dizendo: o mundo. O simulador de voo é capaz de te colocar em qualquer lugar do planeta com essa tecnologia, e presenteia o jogador um ecossistema surreal de localidades e cerca de 37 mil aeroportos disponíveis. É absurdo. Como todo bom carioca, meu primeiro pensamento ao abrir o Flight Simulator era não somente passar pelo Cristo Redentor, mas também encontrar onde moro. Para minha tristeza isso não foi possível, mas deu para literalmente sobrevoar e encontrar pontos que já frequentei, como um shopping e a minha faculdade. É claro que quanto mais próximos do solo estamos, menor é a fidelidade de detalhes, visto que seria extremamente difícil renderizar exatamente todas as construções de cidades gigantescas. Entretanto, Microsoft Flight Simulator situa-se entre os jogos mais belos da geração. A riqueza de todos os pontos turísticos ou de lugares aos quais nunca ouvimos falar impressiona. Aliás, alguns pontos específicos, como o Galeão, foram criados manualmente para assegurar a fidelidade de detalhes. Toda a liberdade dada pelo jogo me vez passar o último fim de semana imerso nesse mundo da aerodinâmica. Passear com um pequeno avião ao redor do Monte Fuji, ou observar os pampas gaúchos. Viajar do Killimanjaro às pirâmides do Egito, aos Alpes Suíços, e sair do Monte Everest rumo ao Taj Mahal. As possibilidades são infinitas. São estonteantes.

Um mundo lindo…

Não há como apontar um aspecto negativo para a qualidade gráfica do Microsoft Flight Simulator. Existem sim alguns problemas, pequenos bugs, glitches, mas nada que um patch de correções no lançamento não resolva. E isso me surpreendeu bastante. Um jogo com toda essa premissa não apresentar grandes problemas é realmente muito satisfatório. Todo esse esplendor fotorrealista do projeto não está presente apenas nos terrenos. Há inúmeras opções de clima, neblina, chuvas, etc. Inclusive, o game utiliza de tecnologias em tempo real para determinar as condições aéreas de determinados lugares. Se está chovendo em Tóquio, você pode jogar na chuva, assim como se Londres estiver ensolarada, você jogará dessa forma. Ademais, esse sistema “ao vivo” me rendeu uma grata surpresa. Enquanto ajustava as configurações de um voo rumo ao aeroporto de Congonhas, reparei que o mapa sinalizava um pequeno avião no globo terrestre com uma numeração. Recorri ao Google, e sim, aquele avião era real e estava indo em direção a Guarulhos. Isso pode não parecer tão surpreendente para muitos, mas descobrir que eu estava imerso no game dessa forma foi realmente divertido.

Mayday, mayday!

Por mais que o Microsoft Flight Simulator seja incrivelmente belo, isso possui um preço, e para os jogadores de PC, dois na verdade. Recentemente a Microsoft aumentou consideravelmente o valor do game, subindo para R$ 249,90 em sua versão Standard, e literalmente decolou na versão Premium, por R$ 429,95. A grande diferença dessas edições corresponde ao número de aviões e aeroportos criados do zero, sendo 20 aeronaves na Standard, 30 na Deluxe, e 20 e 40 aeroportos detalhados, respectivamente. Outro fator importante na hora de pensar no investimento do Microsoft Flight Simulator nos PCs é saber bem se a sua máquina será capaz de aguentar esse carinha. E isso pode não ser uma tarefa tão fácil.

Requisitos mínimos:

Processador: AMD Ryzen 3 1200 ou Intel Core i5-4460;Placa de vídeo: AMD Radeon RX 570 ou Nvidia GeForce GTX 770;Memória RAM: 8 GB;Espaço em disco: 150 GB;Velocidade da Internet: 5 Mbps.

Requisitos recomendados:

Processador: AMD Ryzen 5 1500X ou Intel Core i5-8400;Placa de vídeo: AMD Radeon RX 590 ou Nvidia GeForce GTX 970;Memória RAM: 16 GB;Espaço em disco: 150 GB;Velocidade da Internet: 20 Mbps.

Requisitos recomendados para rodar na melhor qualidade gráfica

Processador: AMD Ryzen 7 Pro 2700X ou Intel Core i7-9800X;Placa gráfica: AMD Radeon VII ou Nvidia GeForce RTX 2080;Memória RAM: 32 GB;Espaço em disco: 150 GB (SSD);Velocidade da Internet: 50 Mbps.

Deixando de lado o papo furado, é importante ir direto ao ponto: Microsoft Flight Simulator é um jogo pesado. Máquinas mais simples, que inclusive possuem 8GB de memória RAM, ou até mesmo o Core i5 4460 recomendado nas especificações mínimas podem ter problemas na hora de rodar o game. Em nossos testes, o título puxou em média de 10GB de RAM e facilmente colocou um Core i5 6600 em 100%, gerando um dor de cabeça para este que voz escreve. É indiscutível que simuladores são games que exigem, muita das vezes, bons hardwares para sem jogados em qualidades superiores, mas o Microsoft Flight Simulator não faz jus ao que é solicitado como o mínimo. Portanto, isso pode ser um problema para alguns usuários, e eu espero que correções relacionadas a otimização sejam lançadas em breve para minimizar esses impactos. Nos recomendamos algumas placas de vídeo específicas para encarar esse simulador, de acordo com a qualidade gráfica almejada: Mínimo: Asus GeForce GTX 1650 Super OC Recomendado: Gigabyte GeForce GTX 1660 OC ou GALAX GeForce RTX 2060 OC Recomendado Ultra 4K: Gigabyte Geforce RTX 2080 Super Gaming

Conclusão

Não há muito mais o que falar de Microsoft Flight Simulator. Ele surpreendeu muito as minhas expectativas e fez me interessar muito mais por simuladores e por aviões. Aliás, o título da Asobo me cativou tanto, que não vejo a hora de terminar esse texto para voltar a voar e quem sabe dessa vez explorar Yellowstone, a Nova Zelândia e algumas ilhas caribenhas. Microsoft Flight Simulator não é somente um dos meus jogos preferidos de 2020, como também é um dos mais cativantes, divertidos e viciantes games que joguei nos últimos meses. Não é uma experiência para todos devido à sua curva de aprendizagem constante, mas com certeza merece a sua atenção. Afinal de contas, esses serão os únicos aviões em que você viajará por mais alguns meses. O game também está disponível no Xbox One e Steam. Você também pode saber mais sobre Microsoft Flight Simulator em nosso podcast de estreia!

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