A AMD enviou gentilmente um sample da Power Cooler RX 6600 XT ao site, e depois de usar o hardware como minha placa principal nos últimos dias, trago a análise completa do produto.

Design

Ao tirar a RX 6600 XT da caixa temos o primeiro grande ponto positivo: seu belíssimo design. A Power Color já provou anteriormente que sabe trabalhar bem com modelos de alto desempenho ao desenvolver um visual bem bonito. Com uma placa intermediária isso, felizmente, não mudou. Essa Red Devil é esplendida nesse sentido. Todo visual da GPU é num tom de cinza bem escuro, com pequenas canaletas de cor branca para passar as fitas de RGB — sim temos muitos LEDs! As ventoinhas são pretas, cada uma com o logotipo da Power Color e da Red Devil, em cinza e vermelho, respectivamente. Os LEDs funcionam apenas na luz vermelha, e são bem intensos. Há luzes na parte frontal da placa, perto das fans, e nas extremidades. Na parte traseira há um belo backplate, também cinza, com um desenho cortado do ícone Red Devil na cor branca, que surge como um RGB. A lateral da RX 6600 XT ainda conta com a marca da Radeon estampada, assim como a logo da Red Devil novamente.

Construção

Andando lado a lado com a parte visual, a PowerColor RX 6600 XT Red Devil tem uma baita de uma construção robusta. Diferente de muitas placas do segmento intermediário, que apostam em componentes levemente “inferiores”, por assim dizer, essa diaba — perdão com o trocadilho — não economiza em peças. Ao segurar a GPU dá pra notar seu peso, e o motivo é bem simples. Praticamente todo o exterior da placa é revestido em aço escovado, enquanto o interior já é clássico: temos o PCB da RX 6600 XT sob camadas de heatsinks (as estruturas metálicas enfileiradas) e heatpipes, os “caninhos” de cobre para dissipar calor. Na lateral ainda há o conector de energia, que aqui são duas conexões: uma de 6 e outra de 8 pinos. Como um todo, a placa praticamente quase não tem partes plásticas no corpo, tirando, é claro, o RGB e as ventoinhas, que trataremos mais a fundo num tópico próprio sobre aquecimento.

Hardware

Na introdução eu comento que a RX 6600 XT integra o lineup de entrada da AMD para 2021, quando, na verdade, essa placa é intermediária. Essa fala é ambígua, pois, de um certo ponto de vista, a 6600 XT é um dos modelos mais básicos, ou seja, de entrada da nova família AMD. Fora essa GPU, a mais básica é diretamente sua irmã menor: a RX 6600, sem o XT. Por outro lado, como mostraremos nos testes, o modelo é de fato intermediário. O aparelho foi desenvolvido com a arquitetura RDNA2 e chip Navi 23 XT com litografia em 7 nm, com 32 unidades computacionais. Quando comparada com sua antecessora, a RX 5600 XT da geração passada, há uma redução, pois essa placa tinha 36 unidades computacionais. Obviamente, o recente lançamento da AMD sai na frente justamente por estar imbuído numa nova e mais eficiente arquitetura, então no fim esse tipo de comparação é válida, mas precisa ser feita com cuidado. O modelo da PowerColor entrega um clock base de 2428Mhz e o boost eleva essas frequências para até 2607Mhz. Isso significa que a RX 6600 XT Red Devil tem um pequeno overclock de fábrica. Além disso, temos 8 GB de memória RAM GDDR6 com fabricação da Samsung, operando em 128-bit e largura de banda a 256 GB/s. Isso é um retrocesso também em comparação com a RX 5600 XT, e, sendo franco, acaba impactando em certos usos, mas não tanto em games. Os piores cenários ficam na parte de renderização, por exemplo.

Desempenho

Para testar a RX 6600 XT, realizamos duas baterias de testes: em games e benchmarks sintéticos. Ao total foram 5 jogos e 3 benchmarks utilizados como parâmetros para avaliar a performance. Em nossa bancada de testes utilizamos outro componente da AMD: o processador. O escolhido foi um Ryzen 3600X de 6 núcleos, 12 threads, clock base de 3.8Ghz e boost para até 4.4 Ghz. Além disso, colocamos 16 GB de memória RAM (2×8) em dual channel a 2666 Mhz, enquanto a placa-mãe do sistema é uma Gigabyte Aorus B550I PRO AX.

Jogos

Call of Duty: Warzone

Warzone é um dos títulos multiplayer mais badalados do momento e se saiu bem em nossos testes. O game rodou em resolução Full HD com tudo no ultra em uma taxa de 104 frames. Já com o Ray Tracing ativado as coisas não mudaram tanto, e o quadro passou a ser de 90 fps de média. A tecnologia não é tão efetiva no Warzone, por isso não afeta tanto o desempenho. Para o cenário competitivo é altamente recomendado jogar com o recurso desligado. Em Quad HD com tudo no ultra, o Warzone roda a cerca de 80 a 85 frames, também bem satisfatório, mas não ideal para esse tipo de game.

Control

Em seguida foi a vez de testar Control, game que foi um dos primeiros a popularizar a tecnologia do Ray Tracing quando lançado. Em Full HD com tudo no ultra, o jogo se comporta entre 70 e 75 frames sem engasgos. No entanto, com o RT ligado no alto, o gameplay passa a cair para a casa dos 34 frames. Isso se deve pois não há uma técnica de redimensionamento de imagem disponível no jogo, com exceção do DLSS, exclusivo da NVIDIA. Infelizmente o FidelityFX Super Resolution ainda não deu as caras nesse título. Em Quad HD e sem Ray Tracing já passamos para algo em torno de 45 quadros de média.

Fortnite

Trazendo um dos maiores fenômenos da cultura pop para os testes, Fortnite rodou a quase 120 quadros em Full HD e qualidade épica, porém, notamos algumas engasgadas incômodas nesse gameplay. Ao reduzir para a qualidade alta a jogabilidade sobe para cerca de 150 frames e se estabiliza. Com Ray Tracing temos o pior cenário: 20 frames. Em Quad HD podemos ativar as configurações competitivas, deixando a jogabilidade na casa dos 160 frames.

Resident Evil Village

Um dos maiores lançamentos de 2021 até o momento, Resident Evil Village conta com uma boa otimização nos PCs e chega com gráficos bem realistas ao levar os jogadores para vilas e castelos na Romênia. Nos testes, colocamos todas as qualidades em Full HD e configuração alta, tendo cerca de 110 frames facilmente. Com Ray Tracing e FidelityFX Super Resolution no modo qualidade, o gameplay fica em torno dos 70 quadros, excelente para jogar. Em Quad HD e sem Ray Tracing conseguimos jogar bem a quase 100 frames.

Testes sintéticos

Fire Strike Ultra

Criado para a testagem de GPUs poderosas com benchmark de tesselação pesada, iluminação volumétrica, simulações de fumaça, iluminação de partículas dinâmicas e pós-processamento. A RX 6600 XT atingiu um total de 6.522 pontos, o que não é ruim, mas definitivamente não indica a melhor das qualidades nesse sentido.

Port Royal

O segundo teste é voltado para PCs com placas que suportam traçado de raios, Port Royal, e testa reflexões dinâmicas, oclusão de ambiente, efeitos de pós-processamento, tesselação, profundidade do campo de visão, geração procedural, física etc; marcando 4.543 pontos no benchmark, o que marca um desempenho aceitável, ainda que não dos melhores.

Blender

Por fim, o Blender é uma ferramenta de código aberto utilizada para modelagem, animação, texturização, composição e renderização de vídeo. Neste teste utilizamos a demo BMW para renderizar a cena via GPU. A PowerColor RX 6600 XT demorou uma média de 80 segundos para completar o teste.

Aquecimento e ruído

Quando falamos em aquecimento, a RX 6600 XT se sai relativamente bem, mas poderia ser melhor por todo o escopo de sua construção. Em modo ocioso a placa varia entre 44 a 51 graus em tarefas cotidianas, mas, na maior parte do tempo, fica com as ventoinhas desligadas. Os ventiladores apenas ligam em algumas situações um pouco mais desafiadoras, como algum software pesado. Em games as coisas ficam melhores, pois a temperatura gira em torno de 62 a 65 graus de média, com raros picos para a casa dos 70°C. Ai sim já é possível ouvir as fans girando com maior rotação, mas nada que não seja incomum em outra placa de vídeo e que não chegou a incomodar. Em softwares de edição de vídeo é possível ouvir as ventoinhas oscilando e atingindo um barulho considerável quando em renderização, mas, novamente, nada de anormal.

Conclusão

A partir disso temos algumas questões importantes. A primeira é que os preços do mercado de GPUs está completamente maluco, então não importa o modelo: você vai pagar caro, e isso não é culpa da AMD, da PowerColor ou da NVIDIA. Isso é uma situação atual do mercado. O segundo ponto é que a AMD vende essa placa como própria para Full HD em altas taxas de quadro, ficando em competição com a RTX 3060, da concorrência. No caso, a RX 6600 XT leva uma vantagem de uns 15% de desempenho a mais em jogos. Por outro lado, a RTX 3060 está mais cara. Numa pesquisa rápida encontramos modelos um pouquinho acima de 5 mil reais e chegando aos R$ 6.000, oferecendo um pouco menos de desempenho, mas trazendo um recurso já estabilizado como o DLSS. Além disso, a placa de NVIDIA leva vantagem em render e criação de conteúdo, pois a RX 6600 XT — graças às reduções na memória — deixa a desejar nesse ponto. Dessa forma a RX 6600 XT delimita bem o seu público: os gamers, de fato, e não oferece uma via de mão dupla tão próspera para quem trabalha com internet. Embora isso não queira dizer que a placa seja ruim para render. Não. Apenas é inferior. Todavia, para jogos em Full HD, acredito que seja uma boa opção, e se quiser se aventurar no Quad HD é só realizar uns ajustes aqui ou ali. Para o Ray Tracing, o FidelityFX Super Resolution precisa evoluir e acompanhar a tecnologia, então isso depende se você pretende ou não usufruir desses raios de luz super realistas. No fim, a PowerColor RX 6600 XT Red Devil me surpreendeu nos joguinhos, e sim, eu usaria essa placa como a minha principal se a ideia fosse montar uma máquina gamer intermediária para Full HD.

Ficha técnica

Veja também

E aí, o que achou do nosso review da RX 6600 XT? Aproveita e dá uma lida no nosso review de Age of Empire IV, a melhor aula de história que você vai ter.

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